Luís Francisco Batista é um dos donos da oficina Agromotor, localizada à rua Rubens Meirelles, na Barra Funda. Paulista de Itu, 43 anos, Batista começou sua carreira trabalhando como mecânico e funileiro em concessionárias, onde ganhou experiência na manutenção de carros antigos.
Um Campeão
Quem se assusta com a inflação que persegue os carros brasileiros novos, muito mais caros a cada ano, pode-se consolar com os preços galopantes de alguns carros estrangeiros antigos, raridades que está na moda possuir. Entre eles, começa a se destacar um campeão – o Thunderbird, conversível esportivo produzido pela Ford americana apenas nos anos de 1955, 1956 e 1957. A partir de 1958 a companhia tornou o Thunderbird um carro grande. Há só uns quarenta desses carros no Brasil e, de um ano pra cá, esses poucos exemplares saltaram de uma faixa de 200.000 a 500.000 cruzeiros para 1 ou até 2 milhões de cruzeiros. Quem tem prefere não vender. Paulo Américo, 42 anos, chefe do departamento jurídico da imobiliária City, em São Paulo, tem dois brancos e recebe ofertas uma atrás da outra. ”Em qualquer lugar que estaciono”, conta ele, ”sempre aparece o cartão de algum candidato. Eu gosto disso, mas não cedo.” Também pudera: ele comprou os carros em mau estado e o restaurou como obras de arte.
Quem teve se arrepende de ter vendido. O paulista Luís Francisco Baptista, dono de uma oficina mecânica e reputado restaurador de carros antigos, tinha um Thunderbird vermelho 1955, comprado há um ano e meio por 120.000 cruzeiros, vendido há um ano por 500.000 cruzeiros. ”Foi vender e assistir em seguida a alguém oferecer 1 milhão ao novo dono”, comenta ele. Entre as razões para o sucesso, segundo Baptista, estão a raridade e a beleza das linhas. ”Mas há também a durabilidade e a simplicidade de sua mecânica, igual à de um Ford de linha.” Finalmente não se pode esquecer de que o Thunderbird virou astro de TV :na série ”Vegas”, da Globo, ele é o carro do herói.